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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Agradecimento ao Título de Cidadão Fortalezense


Câmara Municipal de Fortaleza
05.11.2015
Agradecimento ao Título de Cidadão Fortalezense


   Excelentíssimo Senhor Vereador Deodato Ramalho, Presidente desta solenidade, Minha esposa Fabiana Paim, autoridades, meus amigos que me prestigiam nesta noite.


   O meu primeiro agradecimento vai para o Vereador Deodato Ramalho, que teve a iniciativa de propor meu nome para que eu recebesse o título de Cidadão Fortalezense.


Agradeço à Câmara Municipal de Fortaleza e indistintamente a todos os vereadores por terem aprovado meu nome.


   Agradeço a presença de todos vocês. Sei que muitos tiveram que sacrificar seus compromissos para estar aqui hoje. Esta honraria que recebo tem muito mais valor, porque posso compartilhar este momento de conquista com amigos queridos como vocês.


Sinto-me honrado e profundamente emocionado por receber o título de Cidadão Fortalezense. Considero este momento um dos mais importantes de toda a minha vida, também pelo fato de comemorarmos o “Dia da Cultura” e meu aniversário.

  

   Em minhas apresentações musicais, a cultura nordestina tem especial atenção no tocante a suas raízes musicais populares. Minha família é cearense, natural de Fortaleza e aqui cheguei da cidade do Rio de Janeiro com apenas 8 meses. Em Fortaleza dei meus primeiros passos na música de forma autodidata com aproximadamente 14 anos de idade. O bandolim, meu instrumento preferido, me foi presenteado por minha querida mãe Catarina Cardoso em meu aniversário de 15 anos. Na época, ainda não fazia idéia de tantos lugares e países para os quais a música me levariam. Hoje, 5 de novembro, também comemoro 30 anos de música e atividade musical.


   Hoje, “Dia da Cultura”, tema de amplitude e importância no desenvolvimento humano ressalto a importância de valorizarmos a educação. A figura do professor desempenha papel fundamental na construção de um país, sobretudo no seu viés de educador. Tenho especial gratidão a todos que contribuíram em meu desenvolvimento humano e profissional. Agradeço a meus professores aos quais nos conduziram por caminhos que somente o estudo e a cultura nos permitem ver e reconhecer. Agradeço a Deus pelos meus pais Antonio e Catarina, meus primeiros mestres, pelo amor e ensinamentos os quais têm conduzido meus passos ao longo de minha vida.


   Meus professores de bandolim e música muito me fizeram crescer. Hoje destaco três dos mais significativos mestres que tive a honra de ser discípulo: em Fortaleza, professor Elismar Pontes (Elismar Holanda Pontes  03/04/1933, Várzea Grande - CE  25/04/2004, Fortaleza - CE), em Recife – PE, professor Marco César ( 30/7/1960, Pesqueira, PE) e professor Ugo Orlandi ( 1958, Brescia, Itália) com quem diplomei-me em bandolim clássico no Conservatório Giuseppe Verdi em Milão – Itália em 2008.


   Minha atividade como arquiteto, também foi inspirada pela trajetória de meu tio, o arquiteto e professor Paulo Cardoso. Seguindo seus passos, em carreira paralela à música, assim como ele, também concluí o curso técnico em Edificações e posteriormente com minha diplomação em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Ceará, no ano de 1994. A meu tio Paulo, meu muito obrigado pelo apoio a mim e à nossa família nas mais diversas situações tanto em momentos felizes como naqueles mais difíceis.


   Minhas atividades como arquiteto foram conduzidas pela atividade musical e o lugar onde trabalhar foi escolhido seguindo esse princípio. Ao ser aprovado em concurso público nos Correios, em 1997, fui transferido inicialmente à cidade de São Luiz - MA e, em 1998, a Brasília-DF. Residi em Brasília por 17 anos e no Distrito Federal pude estudar e também lecionar bandolim e cavaquinho na Escola de Choro Raphael Rabello e na Escola de Música de Brasília. Durante todo esse período sempre estive em Fortaleza em atividades culturais e no seio familiar que sempre me acolheu com tanto carinho.


   Uma de minhas maiores alegrias foi ter conquistado o 1º lugar no Festival de Choro do Rio de Janeiro em 2001. Por nunca ter residido no Rio de Janeiro, mas ter me dedicado ao gênero musical carioca “Choro”, me senti um cearense que conquista uma espécie de graduação em música popular.  Foi inesquecível ter vivido esse momento na terra onde nasceu o próprio gênero Choro e seus mestres que tanto venero dentre os quais Pixinguinha, Waldyr Azevedo, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Heitor Villa-Lobos e Tom Jobim.

   Em 2004, com bolsa de estudos do governo italiano, iniciei meus estudos de música na Itália sob a orientação do maestro e bandolinista Ugo Orlandi nos Conservatórios de Música das cidades de Pádua e posteriormente Milão. Após 04 anos de estudos e atividades como músico da orquestra de bandolins e violões da cidade de Brescia, onde residi, diplomei-me em bandolim clássico em junho de 2008.

   Em 2011, conclui mestrado em musicologia pela Universidade de Brasília e intensifiquei minha pesquisa e dedicação à música popular brasileira realizando palestras e concertos em vários países.

   Em 2012, transferi-me a Fortaleza, onde tenho desenvolvido atividades como músico e Arquiteto dos Correios.

   Desde julho de 2013, sou doutorando na Universidade Federal do Ceará na linha de pesquisa Educação, Currículo e Ensino, eixo temático de ensino da Música.

   E aqui nasceu um tesouro que a cada dia me dá mais alegria, minha filha Giovanna, que já pequenina, demonstra suas inclinações para a música.
   Aqui aprendi a trabalhar e a estudar. Aqui fiz faculdade, estudo não formal de música e atualmente sou doutorando em Educação. Aqui construí minha música que é uma das razões da minha vida, que me tem dado tantas alegrias, tantos amigos e que me possibilita ser agraciado com honrarias tão significativas como a que recebo esta noite.

Ao longo desses anos convivi com algumas pessoas que marcaram e mudaram a minha trajetória de vida. Entre elas, vários profissionais com quem aprendi muito: Fausto Nilo, Paulo Cardoso e os professores do doutorado em Educação da UFC Luiz Botelho Albuquerque, Pedro Rogério e Rui Aguiar.

   Enfim, pessoas que, com seu trabalho, companheirismo, amizade e competência, dia-a-dia foram participando da construção da minha vida. E algumas que mesmo distantes foram fundamentais para que eu me realizasse como profissional e como cidadão. Receber o título de cidadão Fortalezense é me igualar àqueles que nasceram nesta cidade. É um prêmio que recebo, e se o recebo, além de qualquer outro motivo que possa ser destacado, pelo amor que tenho a Fortaleza, confesso que me sinto merecedor.

Vejo nesta data uma coincidência muito feliz: foi num mês de novembro que a 30 anos recebia de presente meu primeiro bandolim e assim iniciei minhas atividades musicais. O bandolim foi meu presente de aniversário dado por minha mãe Catarina Cardoso e assim, portanto, é um momento em que tenho muitos motivos para comemorar. Logo, reforço minha crença em que “nada acontece por acaso”.

   Ao finalizar, quero destacar a importância de minha esposa Fabiana, uma companheira de todos os momentos e que também vindo de Salvador - BA para a Capital se impôs com sua personalidade, competência, meiguice, inteligência e disposição de trabalho.

   Obrigado ao colega arquiteto Rafael Tomyama, ao colega músico Sávio Leão, a todos os nossos professores, à Embaixada de Itália em Brasília, a nossos alunos da Oficina de Choro da Universidade Federal do Ceará, meus colegas de trabalho na Engenharia dos Correios e minha família pelo apoio fraterno, participação ativa e fundamental para o sucesso do presente evento. 

   Quero destacar finalmente, o nome de Catarina Cardoso, minha mãe, que se foi há dez anos, deixando muita saudade e um vazio que nunca será preenchido, que gostaria muito de estar aqui comemorando com todos nós, mas que, com certeza, lá de cima está vendo e aplaudindo este momento de conquista e de realização do seu filho.

   Obrigado a todos pelo carinho, pela amizade e por estarem aqui comemorando comigo.




Jorge Cardoso